Brad Bird não supera o sucesso que obteve com "Os Incríveis", mas com este filme reafirma o seu talento. Voltamos a ver a magia durante a projeção de Ratatui, uma animação cheia de classe que não apenas deve divertir pais e filhos, mas deve ser um dos melhores filmes americanos do ano.
Quem gosta dos filmes da Pixar, não vai decepcionar-se. Em cada cena, vê-se a atenção para detalhes e o meticuloso trabalho técnico e artístico de cada elemento. Mas é nos personagens e no roteiro que está o melhor do filme.
A saga do ratinho Remy é a clássica história de um personagem dividido entre dois mundos: o mundo dos ratos é descrito num contexto "real" onde eles agem à margem do conhecimento dos humanos e o universo dos humanos, qualquer um que assiste programas gourmets na TV vai identificar-se e, mesmo que não assista, o próprio filme encarrega-se de introduzi-lo da hierarquia da cozinha, às personalidades fortes dos chefs e a paixão pela boa comida.
A magia está na maneira como uma série de improváveis e divertidos incidentes une Remy e o jovem e desajeitado Linguini, o roteiro é ágil e os dois personagens complementam-se não apenas tematicamente, mas a sua dinâmica funciona que é uma beleza.
O pior do filme é o final. Muitos dos pontos da história resolvem-se rápida e abruptamente.